Viciados em si mesmosExemplo

Nossa nova natureza e o retorno de Jesus

Aguardar o retorno de Jesus é muito útil, creio que essencial, para superarmos, de forma lenta, porém significativa, nosso vício universal em nós mesmos, em nosso bem-estar. Costumo rotular esse vício de pecado relacional, depravações que se encontram na raiz de vários tipos de vícios que cultivamos, todos sintomas de nossa natureza egocêntrica que se recusa a morrer.

A partir disso, nos tornamos capazes de viver na presença de Deus, conhecendo-o hoje e aguardando-o no porvir. Diante da morte iminente por um câncer incurável em estágio avançado, e isso apesar de milhares de pessoas orarem por uma cura milagrosa, Francis Schaeffer, famoso apologista cristão do final do século 20, em resposta a um amigo que lhe perguntou o que se passava em sua mente naquele momento, respondeu: “Quando você está na presença de Deus, é inapropriado exigir qualquer coisa”. Schaeffer, que morreu três semanas depois, fez um comentário digno de um santo que aguardava, um comentário proferido a partir de sua nova natureza.

Entretanto, é possível que a atitude de aguardar surja somente diante da morte. Será que apenas nessa circunstância o nosso anseio pelo céu se torna forte o bastante para superar eficazmente todas as nossas pretensões de obter qualquer satisfação, por menor que seja, disponível neste mundo? É assim que funciona? É possível aguardar avidamente o porvir enquanto ainda nos restam pelo menos alguns anos de vida antes de a morte chegar?

Essa é a questão que precisamos enfrentar. Aguardar pela satisfação completa e garantida quando Jesus retornar ou quando morrermos poderia proporcionar um benefício concreto para resistirmos à sedução das oportunidades viciantes de encontrar alívio. É a possibilidade de aguardar com sinceridade e paixão suficientes que nos traz uma força poderosa o bastante para enfrentarmos a sedução dos prazeres viciantes.