Perdoar: por que devo e como posso?Exemplo

Duas diretivas de Jesus sobre o perdão

Jesus oferece duas diretivas sobre o perdão que, à primeira vista, parecem contraditórias. Mas juntas, são cruciais para entendermos como funciona realmente o perdão. Em Marcos 11.25, Jesus disse: “Quando vocês estiverem orando em pé, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem, para que também o seu Pai que está no céu os perdoe as suas ofensas”. É bom lembrar que isso não pode significar que o perdão de Deus depende do nosso. Pelo contrário, significa que, se você não perdoa, isso revela que não entendeu e não aceitou a graça imerecida de Deus. Talvez você tenha achado que a sua contrição e reparação pudessem conquistar o favor de Deus. Talvez você tenha transformado seu remorso e sua vergonha em uma espécie de “boa obra” que (a seu ver) supostamente coloca Deus em dívida com você. O sinal evidente de que você está nesse caminho, em vez de receber o perdão e a misericórdia imerecidos de Deus, é a incapacidade de perdoar. Estão ausentes de sua vida a humildade que vem do reconhecimento da sua perdição e a alegria que vem do conhecimento da sua aceitação em Cristo. Este é o ensino de Jesus: se você perceber que não perdoou, faça-o na hora.

No entanto, essa diretiva de perdoar imediatamente — enquanto você está orando — parece contradizer outra afirmação de Jesus em Lucas 17.3-4. Aprendemos com esse texto, em primeiro lugar, que as responsabilidades de confrontar e perdoar pesam igualmente em nós. A realidade do temperamento humano é que poucas pessoas conseguem manter esse equilíbrio sem a ajuda do Espírito Santo. As pessoas são propensas, ou a confrontar e desafiar em vez de perdoar, ou a perdoar e esquecer em vez de confrontar. Aprendemos também que o objetivo do perdão não é cura interior nem retaliação ao transgressor. Sem dúvida, o perdão pode trazer cura interior e pode fazer parte da busca por justiça. Mas o supremo propósito do perdão é a restauração da comunidade.