Angústia e AnsiedadeExemplo

Estava há meses retirando uma medicação que me fazia mal e que não estava me ajudando há tempos. Aos poucos me sentia consumida de ansiedade e pânico de estar no meio das pessoas. O louvor que eu amava cantar se tornou um pânico toda vez que via meu nome na escala do mês. O grupo barulhento de amigos que sempre amei se tornou perturbador…

Foi tudo crescendo aos poucos, bem como minha tentativa incansável de reprimir essas sensações, porque para mim poderia ser “falta de fé”, “falta de levar Deus a sério” ou até “Deus me punindo”... Eu me negava a voltar a ser a Beka que um dia precisou de medicação e se viu sendo ajudada pela medicina que Deus deixou para nós. Não queria aceitar o fato de talvez eu precisar de um auxílio nessa área novamente.

Minhas crises de ansiedade sempre atacavam meu sistema gastrointestinal, me dava tonturas e às vezes quedas de pressão. Para mim, só me restava aceitar e tentar bater de frente morrendo de medo, para no fim… Falhar miseravelmente e terminar completamente tomada de ansiedade.

Com esse aumento gradual desses sintomas que antes eram em momentos pontuais mas que agora eram cada vez mais frequentes, eu religiosamente orava repreendendo qualquer espírito maligno que estivesse causando isso. Orava em voz alta, mentalmente, ajoelhada, em pé, de olhos fechados, abertos e nada. Até pensei que talvez eu estivesse sendo esquecida pelo meu Deus. “Será que estou pecando em algo para Deus deixar o diabo me atacar dessa forma?”, eu pensava.

Mesmo com essas “estratégias” eu piorei. Até Fevereiro de 2023, em que estava numa hamburgueria com os jovens da minha igreja após um culto. A hamburgueria cheia, muito barulho, luzes amarelas e um ar abafado no ambiente. Eu estava sentada à mesa com minhas amigas quando senti a ansiedade vindo. Ela vinha em forma de dissociação e sensação de tontura inicialmente. Eu, insistente na mesma “técnica” completamente falível de tentar ignorar e olhar para a tela do celular, parti para a minha fuga. E falhei miseravelmente.

Logo minha pressão caiu e todos à minha volta viram meu rosto pálido. Quando me dei conta, estava no meio das pessoas com as pernas erguidas para tentar não desmaiar, e completamente aflita.

Eu não controlava mais o corpo que eu pensava que controlava, e isso me assustava. Foram mais de 30 minutos naquela posição até, com auxílio do meu marido, ir rastejando até o carro de volta para casa.

Daquele dia se seguiram meses presa em casa sem saber o que eu tinha. Iniciei uma medicação nova cheia de efeitos colaterais que insisti por 3 meses sem sucesso, pois consegui ficar ainda pior do que meu estado inicial. Eu estava confusa, com medo e sentindo que Deus havia me abandonado completamente. Já não via meus irmãos em Cristo ou qualquer pessoa de fora há quase 4 meses…

Mas tive a lembrança da passagem que retrata a tempestade do barco em que Jesus e os discípulos estavam em Marcos 4:35-41. Me vi nos discípulos, completamente aterrorizados pelos barulhos, chacoalhões e clarões que presenciaram, e se perguntado se Cristo se importava com aquela situação.

Naquele dia fiz uma oração que quero te convidar a fazer comigo nesse momento:

“Senhor, estou numa tempestade que parece que vai me matar. Eu me sinto completamente fora do controle que antes eu pensei ter sobre a minha vida e principalmente, minha mente. Quero me lembrar de quem realmente controla as tempestades e os grandes desastres naturais nas nossas vidas, que é o Senhor. Me ajude a entregar essa tempestade em Tuas mãos e confiar que o Senhor tem o tempo certo para sossegá-la. Obrigado por este dia. Amém.”.