Respostas à oraçãoExemplo

Carta ao leitor

Como muitos que cresceram na igreja, eu ouvia a história sobre o orfanato de George Müller e, com certa frequência, uma em particular. Conta-se que, certa feita, Müller colocou as crianças sentadas à mesa do orfanato, ainda que não houvesse pão em seus pratos ou leite em seus copos. Enquanto agradeciam a Deus pela refeição, chegou uma entrega surpresa de pães e leite; o suficiente para alimentá-los todos até estarem satisfeitos. Sempre que eu ouvia essa história, ela estava sendo comparada à dos pães e peixes, em que Jesus multiplicou o suficiente para alimentar milhares de pessoas, e ainda sobrou. Contudo, o que é ímpar com relação à história de Müller, é que dificilmente havia sobras: Deus sempre provia exatamente o suficiente.

Quem, entre nós, não desejou muito além da provisão de Deus em algum momento da vida? Somos gratos pelo que temos, mas acreditamos que uma casa maior, um carro melhor ou um orçamento menos apertado facilitaria as coisas. Temos certeza de que, para servir a Deus plenamente, devemos estar em condições de darmos daquilo que transborda e não da escassa provisão do dia de hoje. Isso me faz pensar nos israelitas que recebiam o maná no deserto diariamente, o suficiente para o dia, nada mais, exceto no dia anterior ao sábado quando lhes era dada porção extra apenas para que pudessem obedecer a Deus e guardar o sábado. Deus, em Sua bondade, fornecia o suficiente para o dia e somente lhes concedia mais para que o obedecessem e o adorassem. Müller confiava em Deus; não perfeitamente, nem sempre sem alguma dúvida e não para que pudesse receber mais bênçãos financeiras para si. Ele tinha fé porque acreditava que a Palavra de Deus era verdadeira e que seu chamado para obedecer era certo.

Em Respostas à oração, o leitor observará de perto as inserções e os excertos do diário de George Müller. Hoje em dia podemos considerar esse diário como um caderno de gratidão ou uma contabilização de bênçãos. Para George Müller, tratava-se de uma prova de que Deus respondia às suas orações e, havendo qualquer dúvida, tinha essas referências para rever, das quais podia se lembrar e se alegrar com elas. Müller entendia que, se Deus não lhe concedesse fundos, terra, prédios ou alimento, havia alguma razão para que fossem retidos, algum plano de Deus maior e mais detalhado que Müller não conseguia vislumbrar com seu intelecto humano e sua fé, algumas vezes, aparentemente sobrenatural.