Boaz - O Doador Generoso

Todos temos tendência a aceitar que dar é um bom atributo. A generosidade e a dádiva são frequentemente vistas como sinónimos, desde que se dê de boa vontade. No entanto, há um segundo nível de generosidade que vai para além do dar livremente e de boa vontade, ou seja, dar mais do que é esperado ou exigido. Vemos este tipo de dádiva na passagem de hoje, dada por Boaz.

Anteriormente, vimos que Boaz foi bondoso para com Rute. Mas na passagem de hoje, vemos que a sua bondade foi além do que Rute precisava. Rute teria ficado perfeitamente satisfeita se lhe tivesse sido permitido colher da seara e saído com um cesto cheio de produtos do trabalho desse dia. Mas Boaz deu-lhe mais do que ela e Noemi esperavam.

Rute 2: 19-20 - "Noemi perguntou-lhe então: «Onde é que andaste hoje a apanhar espigas? Onde é que andaste a trabalhar? Deus abençoe o homem que foi generoso contigo.» Então Rute contou à sogra que tinha andado a trabalhar no campo dum homem chamado Boaz. E Noemi disse-lhe: «O Senhor, que é bom para os vivos e para os mortos, o abençoe.» E disse-lhe ainda: «Esse homem é nosso parente chegado e um dos que têm a responsabilidade de nos proteger.»". (BPT)

À hora do jantar, Boaz convidou-a para comer com os seus trabalhadores. Ela comeu tudo o que quis e ainda sobrou, que partilhou em casa com Noemi.

Rute 2:14 - "À hora da refeição, Boaz disse a Rute: «Chega-te para aqui, come connosco e molha o teu pão no molho de vinagre.» Ela então sentou-se ao pé dos ceifeiros e Booz deu-lhe trigo torrado. Ela comeu até ficar satisfeita e ainda lhe sobrou comida." (BPT)

Rute 2:18 - "Ela pegou no grão, voltou para a cidade e mostrou à sogra o que tinha conseguido apanhar. Tirou também a comida que lhe tinha sobrado e deu-lha."(BPT)

Ele fez com que ela não fosse incomodada pelos seus trabalhadores e que encontrasse facilmente cevada para levar para casa.

Rute 2:15-16 - "Depois de ela se levantar para ir apanhar espigas, Boaz disse aos criados: «Deixem-na apanhar espigas, mesmo entre os molhos, e não a impeçam. Deixem cair de propósito punhados de espigas para ela apanhar e não ralhem com ela.» " (BPT)

Até lhe permitiu que voltasse ao seu campo as vezes que precisasse, até ao fim da colheita. A generosidade de Boaz não só foi sentida e estendida a Rute, mas também para com a sua sogra Noemi e bem como se prolongou durante meses, numa segunda colheita.

Rute 2:23 - "Assim Rute se juntou às ceifeiras de Booz para apanhar espigas com elas até ao fim da colheita da cevada e do trigo. E depois continuou a viver com a sua sogra.." (BPT)

Com demasiada frequência, a nossa generosidade limita-se a certas pessoas, é sentida apenas por algumas pessoas que conhecemos e tem um tempo específico. Mas aqui vemos em Boaz um tipo diferente de generosidade, que foi sentida para além de Rute, que ele tinha conhecido e que se estendeu para além do seu encontro inicial com ela. Vemos também que, ao facilitar as coisas para ela, a generosidade de Boaz foi uma surpresa tanto para Rute como para Noemi.

O nosso desafio, como líderes cristãos, é perguntarmo-nos com que frequência a nossa generosidade se torna mais do que dar de boa vontade? Com que frequência é que a nossa generosidade vai para além do que é esperado ou exigido pelo recetor? Com que frequência é que a nossa dádiva inclui facilitar a vida a quem precisa? Com que frequência é que a nossa generosidade pode ser sentida para além das pessoas com quem nos cruzamos pessoalmente? Toda a nossa generosidade tem um tempo específico e um limite? A nossa generosidade alguma vez surpreende aqueles a quem estamos a dar?

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