OFICINA DE ORAÇÃOExemplo

Uma das coisas que lemos muitas vezes nos Salmos é o diálogo do salmista consigo mesmo. Tanto se dirige a Deus em oração como se dirige a si mesmo. Neste salmo, dirige-se à sua própria alma: “Bendiz, ó minha alma, ao Senhor”. Estará o salmista a precisar de fazer uma visita à ala psiquiátrica? Acreditamos que não. Pelo contrário, este movimento ensina-nos uma lição valiosa: ou falamos para nós mesmos ou vamo-nos estar a ouvir a nós mesmos. Como assim? Não são maneiras diferentes de dizer a mesma coisa? Nem por isso.

Ouvirmo-nos a nós mesmos é o que acontece quando não falamos connosco. Vamos, por defeito, ouvir as nossas emoções e os nossos instintos. Por defeito, vamos ficar entregues às nossas inclinações naturais, que estarão sempre a falar connosco. E, sendo maus por defeito, o que é que achas que este movimento vai trazer? Provavelmente, vais colher frutos dessa árvore má que é a das tuas inclinações naturais.

Por outro lado, se falarmos connosco, como o salmista fez neste salmo, podemos trazer a Palavra aos nossos ouvidos e coração. Verdades que sabemos que são sólidas, mesmo que as nossas emoções estejam a querer ir noutra direção. Quantos de nós temos muito mais facilidade a aconselhar outros do que a nós mesmos? É este movimento que queremos contrariar. Beber da Palavra para que a possamos trazer continuamente ao nosso coração.

Não te oiças. Fala contigo mesmo. De que coisas é que precisas de te relembrar, em oração?