O Deus que me vêExemplo

A nossa primeira leitura de hoje apresenta-nos Agar, uma escrava de Abraão. Com certeza esta não foi uma mulher com vida fácil, antes pelo contrário. Nas escrituras, pelo menos em duas ocasiões, nós vemo-la desesperada, no deserto.

Já o segundo nome de destaque, na leitura de 1 Reis, é Elias, o profeta. Elias foi um homem notável que provou como poucos do poder de Deus. Foi através dele que desceu fogo do céu, que os profetas de Baal foram exterminados e houve chuva depois de um longo tempo de seca. Elias também foi um canal de Deus para a realização de muitos milagres, inclusive para que o filho de uma viúva fosse ressuscitado. Com certeza, um homem de fé e profunda intimidade com o Senhor. Mas... agora, ali estava ele, intimidado por Jezabel, com medo da morte. Elias fugiu e, no deserto, encontramo-lo sem forças, numa profunda depressão, abalado emocionalmente. Tudo isso, poucos dias depois de ter experimentado uma grande vitória da parte de Deus.

O que é que as histórias de Agar e Elias nos podem ensinar?

Em primeiro lugar, ambos mostram-nos que nem sempre os desertos que enfrentamos são algo que nos foi preparado propositadamente por Deus. Pelo contrário: nós vamos parar lá por conta própria. Ou vamos pelo que fizemos a nós mesmos, ou vamos pelo que fizeram connosco. Normalmente, motivados pelo medo, quando as incertezas sobre o futuro dominam os nossos pensamentos e a ansiedade nos impede de esperar pela ação de Deus. E perceba que não depende da nossa condição espiritual: Agar era uma escrava, que provavelmente conhecia ao Senhor apenas de ouvir falar; já Elias era profeta, que conhecia ao Senhor profundamente, por ouvi-Lo falar!

Mas os desertos enfrentados por Agar e Elias também nos mostram outra verdade: o nosso Deus é o Deus que vê. Ele vê tudo. Ele vê-nos no deserto, com medo, ansiosos e sem esperança. E Ele vê com olhos de amor, alcançando o mais profundo do nosso coração. Para Elias, Deus enviou a provisão e trouxe-o de volta para o seu ministério profético de milagres e poder. Deus não deixou de amá-lo e nem retirou dele o Seu propósito e chamado por ele se ter deixado abalar com as ameaças. Da mesma maneira, o Senhor amou Agar, uma escrava, que ali, no deserto, também recebeu a provisão, as promessas e o cuidado de Deus.

Ou seja, pode ser um profeta ou um escravo. Alguém que conhece a Deus ou alguém que ainda está a querer conhecê-Lo. Alguém que até aqui andou no pecado ou alguém que já provou da Sua graça e perdão! Seja qual for a situação em que se encontra, Ele vê-o no deserto, e Ele não o julga nem o culpa por lá estar. Ele simplesmente manda a provisão e diz "Prossegue, volta, porque Eu estou-te a ver e vou contigo". Não se intimide com as más notícias, com as ameaças, com as incertezas sobre o seu futuro. Mas se isso acontecer, saiba que Deus é aquele que o vê e conhece a sua humanidade. E nunca se esqueça: Ele não vem socorrê-lo no deserto porque o seu amor e confiança são inabaláveis, Ele vem socorrê-lo porque O AMOR D'ELE É INABALÁVEL.

Ele é o Deus que nos vê! Adore-o pela Sua infinita bondade mesmo durante os desertos da nossa vida.